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Curiosidades

Como as mulheres paquistanesas são punidas por se apaixonarem



Em um país que luta para preservar suas tradições tribais, as mulheres paquistanesas enfrentam a brutalidade – e até a morte – caso se apaixonem pela pessoa errada.



'Crimes de honra'

Este é um mundo em que, na prática, a mulher tem poucos direitos – ela é propriedade da família até o momento em que se casa.

Seus "donos", então, passam a ser os familiares de seu marido, e ela pode morrer se for considerado que desonrou a família.

Só em 2014, mais de mil mulheres foram mortas nos chamados "crimes de honra" – este é a apenas o número de casos dos quais as autoridades têm conhecimento.


Apedrejamento e chicotadas

Nas ruas de Karachi, encontro uma madrassa (espécie de seminário) onde milhares de garotos recebem ensinamentos religiosos. Quero perguntar ao clérigo local o que ele pensa sobre adultério, razão pela qual as mulheres também são mortas em "crimes de honra".

"A punição deve ser aquela prescrita na sharia, que é de apedrejamento e chicotadas", diz o mulá. Seus alunos o apóiam.

Em 1970, o general Zia-ul-Haq, ditador no Paquistão, criou a chamada ordenança Hudood – um conjunto de leis polêmicas que pretendia islamizar o país. Entre outras coisas, as leis de fato tornaram o adultério um crime passível de apedrejamento e chicotadas.

Em 2006, o então presidente Pervez Musharraf tentou relaxar algumas dessas leis para proteger as mulheres, mas suas mudanças tiveram pouca aplicação prática. Adultério ainda é crime no país.

Uma prisão central para mulheres em Karachi é onde muitas das acusadas de adultério vão parar.
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