Segundo pesquisadores, as crianças não ignoram os adultos e, sim, sofrem de "cegueira não intencional"
Não há pai que não tenha, ao menos uma vez na vida, sido ignorado por uma criança, que prefere continuar assistindo à TV, jogando videogame ou brincando com o celular a acatar as ordens recebidas.
Porém, esse comportamento, capaz de tirar qualquer um do sério, pode não ser proposital, mas estar relacionado à forma como o cérebro infantil se desenvolve. É o que sugere uma série de pesquisas realizada por cientistas britânicos, para quem as crianças não ignoram solenemente os adultos, mas sofrem do que eles chamam de "cegueira não intencional".
A cegueira, nesse caso, seria uma falta de percepção, especialmente, quando algo foge do foco imediato de atenção delas.
Segundo a professora Nilli Lavie, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College London, no Reino Unido, as crianças têm menor noção periférica do que os adultos. "Pais e professores devem entender que até quando focam em coisas simples, as crianças têm menor percepção do que está ao redor delas, em comparação com os adultos."
"Uma criança tentando fechar o zíper do casaco enquanto cruza a rua, por exemplo, pode não ser capaz de prestar atenção no tráfego de automóveis, enquanto um adulto, com plenas faculdades mentais, não teria problema nenhum em exercer esses dois movimentos simultaneamente", diz Nilli.
"Em resumo, a capacidade de percepção do que está fora do foco de atenção se desenvolve com a idade. Dessa forma, crianças menores têm maior risco de sofrer o que chamamos de 'cegueira não intencional'", afirma a cientista.
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