Carl Warner não vê problemas em ondulações, muito menos enxerga o corpo humano como um amontoado de pele e osso. O artista inglês cria paisagens a partir da manipulação de ombros, braços e músculos. A forma como ele trabalha a iluminação em suas obras transforma homens e mulheres em montanhas e rochedos.
Os modelos de Warner não obedecem a um estereótipo, são brancos e negros. A textura das peles é o que importar para o artista. Closes de músculos e membros, como pernas e ombros, ressaltam a possibilidade de enxergam o comum de outra forma. O desprezo pela trivialidade surge cedo na vida do fotógrafo e remete à época em que ele conheceu as obras do pintor Salvador Dalí. Warner é um grande admirador do pintor espanhol.
Depois de conhecer Dalí, o artista decidiu aventurar-se no mercado publicitário. Uniu mercado e arte a partir da crença na fantasia. Warner gostou da experiência e enveredou pela área. Em um primeiro momento, encantou-se pela visualidade dos alimentos (alface, carne, cenoura). Posteriormente, foi em busca do corpo. Acertou.
"Bodyscapes" são resultado do deleite do artista com rugosidades e dobras. O photoshop, tão presente na fotografia contemporânea, aparece também em sua produção, porém a manipulação das imagens equilibra-se entre o ideal grego (atlético e musculoso) e tão bem-vinda organicidade das imperfeições. Em tempos de aplicação de hidrogel, a obra de Warner é quase um tratado estético.
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